quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Então é Natal

Nas crianças, a responsabilidade por nosso presente e a esperança no futuro.
Que em 2007 possamos aprender um pouco mais com elas - seu sorriso, seu jeito de manter vivos os sonhos, sua vontade de ganhar o mundo.
Boas Festas a todos!


segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Meu Formando

Conforme eu já previra, foi impossível segurar as lágrimas diante do meu primogênito Yuri, todo cheio de si, feliz e orgulhoso de sua conquista: a formatura na Pré-Escola!
E pensar que ainda ontem ele era o meu bebê. E dentro de dois meses e meio estará iniciando a 1ª série! Bem, ainda estou meio extasiada, então deixo as fotos traduzirem um pouco de tudo o que esse momento significou pra gente...



Na concentração... olhem só como já estava o sorrisão!
O momento da troca de faixa do judô
Judoca faixa azul!

Cara toda linda!

Como lidar com tanto orgulho?!

Minha família vitoriosa, minha benção maior, meu tudo!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Momentos 1

A semana tem sido do cascalho e não tenho conseguido postar tudo o que eu queria... na falta, fotinhos.

Churras de confraternização na agência ontem à noite - a equipe do meu departamento (criação)

Eu e minhas colegas "todas lindas"

Meu "bichinho" lindo!

Eu e as queridonas Ísis e Márcia POA no encontro de ontem (participações especialíssimas do Caio, que adorou o colo da Márcia, e do Gérson, marido da Ísis e fotógrafo oficial).

P.S. Hoje, formatura do meu lindão Yuri. Estou super nervosa e emocionada à essa hora (são 9h35, faltam quase 12 horas ainda!), pode? Segunda, fotinhos do meu moço!

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Big Father

Bem naqueles meus dias de baixo astral, semana passada, com o Caio passando mal e nós fazendo mil exames sobre o seu fígado, recebo junto com nosso Boletim de Atendimento do Hospital Universitário (da Ulbra, Luterana), uma mensagem que parece que veio responder à “ingratidão” que tenho com Deus, em certos momentos. Foi um alento ao meu coração, saber que além de oferecer a meus filhos, também recebo de meu Pai um amor incondicional...


É bem provável que você já tenha assistido ao “Big Brother” na TV. Pois saiba então, que o título do programa foi inspirado na obra de ficção “1984”, de George Orwell que previa que as populações seriam vigiadas pelo olho do “Grande Irmão” mantendo todos sob controle total.

Como você agiria se soubesse que está sendo espionado? Talvez você não seria o mesmo, até acostumar-se com as câmeras ocultas.

Acontece que já nos acostumamos a elas. Nesta nossa aldeia global, elas já fazem parte do cotidiano. Basta entrarmos em bancos, lojas ou residências.

Governos e organizações possuem projetos para controle de populações visando evitar o crime e o terrorismo. Isso nos leva bem próximo daquilo que Orwell previra.

Na verdade, já somos observados antes mesmo de vir ao mundo. Há alguém que está sempre nos olhando, e muitas vezes nem nos damos conta disso. É o nosso Big Father. O Grande Pai. Há mais de três mil anos, o sábio rei Davi dizia: “Ó Senhor Deus, tu me examinas e me conheces. Tu sabes tudo o que eu faço”.

O Big Brother de Orwell sugere um controle total dos seres humanos através das câmeras. Nosso Big Father, sem precisar delas, sabe de cada um de nossos movimentos e nos dá a liberdade de executá-las. Conhece nossas fraquezas e incoerências e ainda assim nos ama. Respeita nossa individualidade e não nos coloca no “paredão”. Saber disso é ter a verdadeira segurança e paz.

Deus Eterno,tu me examinas e me conheces. Sabes tudo o que eu faço: de longe conheces todos os meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando ou quando estou descansando; tu conheces as minhas ações. Antes mesmo que eu fale, tu já sabes o que vou dizer. Estás em volta de mim, por todos os lados e me proteges com o teu poder. Eu não consigo entender como tu me conheces tão bem; o teu conhecimento é tão profundo que não posso entendê-lo. Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno.
(Salmo 139)

Rapidinhas

• Faltam 3 dias para a formatura do meu primogênito! Que misto de orgulho, ansiedade e emoção (o que eu vou chorar, já tô até vendo!).

• O Caio aprendeu a fazer bichinho... franze o nariz, morde o lábio inferior e manda beijo, tudo junto! Sei, já ouvi alguns seres desprezíveis nos falar: “Mas ele até já passou da idade de fazer bichinho”. Nem ligo, ele tá é cada vez mais lindo, de bichinho beijoqueiro. Difícil tá sendo fotografar, mas em breve eu conseguirei.

• Comprei um mini-livro pra mim, com várias frases e citações. Escolhi o “Caminhos da Esperança”. Volta e meia, vou largar uma delas aqui.

• Montamos nossa árvore de Natal em casa, para alegria das crianças, especialmente o Yuri. Aposentei, temporariamente, minha árvore de 2,10m e estou usando uma que minha cunhada emprestou, de 0,90cm. Mas, importante, é manter o sonho dos pequenos.

• Aliás, o Yuri está lendo cada dia melhor. E até neste último Dia das Crianças, ele fazia “listas de presentes” recortando fotos de brinquedos dos encartes de lojas e supermercados. Agora, ele escreveu sua primeira carta ao Papai Noel. Pra não deixar dúvidas, também colou a foto dos presentes desejados.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

E para colorir o final de semana...

Testes para um ensaio no site Paparazzo...
O sono dos justos OU Que delícia de menino!

"É lindo o teu sorriso, o brilho dos teus olhos,

meu anjo querubim"

"A" dupla dinâmica

Viva a morte de cada dia

Hoje eu não ia escrever nada, mas aí recebi este texto por email e achei muito bacana. E cá estou eu, compartilhando ele com vocês.

Num artigo muito interessante, Paulo Angelim que é arquiteto, pós-graduado em Marketing dizia mais ou menos o seguinte:

"Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida e isso é um erro.
Existem outros tipos de morte e nós precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro.


Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Então mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.

Quer ter um bom relacionamento? Então mate dentro, de você o jovem inseguro ou ciumento ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinhos, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém. Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior.

E qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos, adultos infantilizados.

Podemos até agir, às vezes, como meninos, de tal forma que não matemos virtudes de criança que também são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade etc. Mas, se quisermos ser adultos, devemos necessariamente matar pensamentos infantis, para passarmos a pensar como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e mais evoluído? Então, o que você precisa matar em si ainda hoje para que nasça o Ser que você tanto deseja ser?

Pense nisso e morra! Mas não esqueça de nascer melhor ainda!"

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

O guerreiro incansável

Tenho a concepção certa de que a vida é feita de lutas. E embora Ele se ocupe do nosso destino, nada cai do céu. É preciso lutar para alcançar nossos objetivos, realizar nossos sonhos, manter o emprego, conservar os afetos. Tudo é luta.

Mas para alguns, a luta é mais árdua, os desafios são maiores ou, no mínimo, mais constantes. Eu conheço um exemplo de guerreiro incansável, que lutou para viver, que luta para poder controlar o próprio tronco, que luta contra o preconceito, a baixa imunidade, intercorrências médicas... que luta para ganhar qualidade de vida.

E ele está travando mais uma luta. Certamente não tão árdua quanto outras das quais ele já se saiu vencedor. Será mais uma vitória, acredito nisto. Se não pela bondade do Pai, pela garra deste pequeno grande homem.

Eu sempre soube, meu filho, desde o primeiro momento que te vi, que eras o portador de uma alma grandiosa encoberta por um corpo de aparência frágil. Fortaleza é o que és. Exemplo de garra e superação. Assim como me dói toda a dificuldade que aparece em teu caminho, me orgulha a tua determinação em vencer uma a uma.

Eu estou aqui meu filho, segura a minha mão. Se não para receber a minha força, afinal és tu o verdadeiro forte desta família, para receber o meu amor. Este sim, exaurido, mas interminável, assim como a tua coragem.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

O verdadeiro amor incondicional

A Márcia Gomes (ou POA, no LV), que amo de paixão, me deu uma dica bem legal e eu virei fã absoluta de um blog de uma mãe de gêmeos, nascidos prematuros e considerados portadores de PC – paralisia cerebral. A Letícia vive na Inglaterra há mais de um ano e passa em seu blog tudo sobre Educação Condutiva, um método maravilhoso sobre estimulação e o desenvolvimento dessas crianças. Ali, além das fantásticas teorias e métodos de como lidar melhor com portadores de PC, a Letícia consegue expressar maravilhosamente o sentimento que pais e mães de crianças com dificuldade de desenvolvimento (exatamente como o meu guerreiro Caio) têm algumas vezes. Cair não significa demérito ou falta de amor, nestes casos. Antes, pelo contrário, é a mais pura manifestação de humanidade de quem luta bravamente ao lado dos seus filhos. Esta semana ela postou um texto que adorei, porque é assim que sinto em relação ao Caio. E concordo em gênero, número e grau, quando ela diz que se ele fosse diferente, não seria o filho que conheço (e amo loucamente).

Na condição que eles são

Hoje pela manhã o Andy, pai do Thomas, veio se abrir comigo, disse que estava estressado, chateado e triste com a vida. Não conseguia ver o filho dele na condição que é e estar sempre em paz consigo mesmo. Me perguntou qual era o segredo que eu e meu marido temos, de estar sempre muito felizes.

Andy estava muito chateado com o desenvolvimento de seu filho e me confidenciou que vê ele como duas crianças: uma que é ele, o adorável Thomas, e outra que é uma chamada paralisia cerebral que está de mãos dadas com ele, e que está sempre o arrastando para trás. Ele tenta ir adiante, mas a outra criança não deixa.

Tenho meus piores dias, mas nunca tento ver os meus filhos como eles deveriam ser. Eles são assim, nesta condição. Se eles sempre choram quando chega uma visita, é porque eles ainda são imaturos para entender o contexto social. Se ele ainda acorda muitas vezes durante a noite, é porquê ainda não atingiu a maturidade suficiente para relaxar e recuperar seu dia de trabalho. Se ele sempre olha para o lado esquerdo quando deveria olhar para frente, é porque esta é a condição dele. Se eles fizessem algo diferente do que espero, então não seriam os meus filhos que conheço.

Tudo isso disse ao Andy, pois não significa que eles serão sempre assim, mas hoje é assim e é desta forma que devemos enxergá-los.

Extraído com a devida autorização do blog Educação Condutiva - Com Amor: www.educacaocondutiva.blogspot.com

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Eu sou mais que um rostinho bonito!

Uma das célebres frases que os gordos (especialmente as gordas) costumam ouvir com freqüência é: “mas tu tens o rosto lindo”. Essa frase sintetiza tudo, como se o rosto fosse a única coisa que se salve no gordo. E eu estou cansada. Não quero mais ouvir esta frase.

Em primeiro lugar, porque muito antes de um rosto bonito, sou dona de um cérebro pensante e de um generoso coração, dotes que acho bem mais louváveis e, até mesmo, muito mais em falta no mercado. Depois, porque não quero mais ser gorda. Aliás, gorda não. Obesa. Meu IMC (índice de massa corpórea) há muito deixou o sobrepeso para trás.

Sempre tive problemas de peso. Na primeira infância, magricela, me entupiram de remédios e vitaminas para abrir o apetite. O resultado (desastroso) só surgiu com os hormônios da adolescência. E daí em diante eu sempre fui gordinha. Alguns momentos de amor próprio e vaidade, evidenciados em dietas, sempre fizeram o peso ir e vir. Mas como o bom efeito sanfona, cada vez que os quilos me retornam, eles vêm multiplicados.

Sou compulsiva, como por compensação e ansiedade. Minha terapeuta uma vez me disse que os gordos são pessoas inseguras, que se escondem debaixo da própria gordura, querendo se proteger de sofrimentos. Eu até concordo com o insegura, mas a gordura é que me causa muitos sofrimentos. E eu não os quero mais pra mim.

Às vezes acho que, no meu caso, só uma cirurgia de estômago, resolveria. Mas, embora conheça casos de sucesso, tenho muito medo. Moderadores de apetite, antidepressivos... tenho medo. Quem foi mesmo que já me chamou de guerreira?

É, pode parecer que eu esteja querendo um milagre, mas não. Quero mudar. Euzinha, aqui dentro. De verdade e pra sempre. Não tenho muitas ilusões, jamais serei capa da Boa Forma. Mas quero minha auto-estima de volta. Quero um corpo harmônico com o que penso e o que digo. Sei que o caminho não é nada fácil (ei, de caminhos tortuosos acho que tenho alguma experiência!). Mas, de algum modo, quero começar.

Sugestões, cardápios ou uma simples forcinha são bem-vindos.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Cenas que tornam a vida mais doce e bela


Yuri resolveu dar "mamá" pro Caio...

O olhar alegre e cúmplice dos irmãos...

Caio, agradecido, beija o mano...

Yuri, todo faceiro, retribui para o "assanhado".

P.S. O mais legal de tudo é que esta cena não foi armada. O Yuri resolveu, por conta própria, alimentar o irmão que choramingava ontem à noite, enquanto eu fazia um free no computador. Quando vi a cena, não me contive e fotografei tudo... o resultado, compartilho com vocês.




segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Futuro promissor

Yuri "Mercado" (lembram do "ligue djá"!?) fez previsões animadoras ontem:
"- Mãe, sabe o que eu vou ser quando crescer? Presidente do Brasil. E dos bons!"
Eu: "-...?!"
Ele: "- Ah, e o Caio vai ser um artista de cinema bem famoso, de Hollywood!"

Então tá, meu filho. Que Deus te ouça. E o Palácio da Alvorada e o Kodak Theather em Los Angeles que me aguardem!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Salada de Frutas (sem sorvete porque preciso começar minha dieta!)

• Na nossa ex-casa, o Yuri tinha seu quarto e o Caio dormia conosco. Na nova, com alguns apertos, o Yuri e o Caio estão compartilhando o mesmo espaço. E o Yuri, superfeliz, apresenta a casa nova aos eventuais visitantes: “Aqui fica o quarto dos machos”.

• O Cainho abusado está cada vez se movimentando mais. Agora, ele só quer dormir de bruços, igualzinho sua mamãe. Em breve, fotos de suas poses sensuais no bercinho.

• Ciumeira: o Yuri se deu conta de que o Caio tinha dois frascos de colônia em sua cômoda e ele somente um. Ontem, após várias reclamações diretas e indiretas, comprei um novo perfume para o Yuri. Hoje, ele quase tomou banho com ele, antes de ir pra escola. E antes de sair, ofereceu o pescoço pra eu cheirar, me perguntando: “quem é o teu filho mais bonito, inteligente e cheiroso?”. Isso eu não sei responder filho, mas o mais modesto eu não tenho dúvidas de qual é.

• Agora, virou mania. Toda sexta-feira o Caio briga com a fisioterapeuta dele, chorando, se negando a fazer os exercícios. Nas terças ele volta todo sorridente e cheio de beijos, com o maior espírito de atleta. Pode?

• Estou passando por momentos de frustração pessoal. Queria mais tempo, e especialmente mais inspiração, para voltar a escrever meus poemas.

• Hoje meus príncipes estão completando “meio ano” a mais. E as constatações:
- Em breve, o Yuri fará 7 (!) anos e estará na primeira série!
- Mais um pouco e o Caio fará 2 (!!!!) anos!
- Mas foi ontem que eles (os dois) nasceram!

- Nesse ritmo, o Natal é praticamente amanhã!
- Estou cada vez mais velha (snif!).

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Atendendo a pedidos...

Meus primogênitos Amor em cada detalhe
"Dandando"
Dupla dinâmica
Um mais lindo que o outro (e a baba corre solta...)
Dúvida cruel...

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Conquistas e Alegrias!

Ontem o Caio me deu mais alegrias imensas e mais provas (como se isso fosse necessário) do quão vencedor ele é.

Primeiro, os problemas, ou suspeitas dele.

Com a meningite o Caio ficou com lesões cerebrais e descargas elétricas desordenadas, que os exames comprovaram serem crises pré-convulsivas. Ele nunca teve uma convulsão propriamente dita, mas tinha “tiques”, sustos, revirava os olhos de vez em quando. Isso tinha um potencial epilético, por isso ele toma dois anticonvulsivantes há 11 meses. Ajustar as doses desses medicamentos é bastante difícil, primeiro ele tomava só um, depois surgiu a necessidade do segundo, as doses tiveram que ser aumentadas, fracionadas, etc. A neurologista dele me explicou que tanto as lesões quanto as descargas eram barreiras ao seu desenvolvimento, tanto motor quanto mental, embora no caso dele a gente visse mais problemas motores. Bem, as lesões estão sendo repostas por novos neurônios sadios que estão nascendo, conforme aquela tomo que fizemos no meio do ano, lembram? Faltavam as descargas...
E ainda tinha uma “tese de problema” apontada pela equipe de neurocirurgia do HCPA (sempre eles!), a de que o perímetro cefálico do Caio é muito pequeno, o que foi diagnosticado por eles como microencefalia (o cérebro teria parado de crescer devido às lesões), o que causaria (adivinhem?) retardo mental irreversível.

Well, agora a verdade absoluta do meu guerreiro!

Novos exames e o acompanhamento da neuropediatra dele, Dra. Fabiana, comprovaram que o Caio deixou de ter as crises ocasionadas pelas descargas elétricas há cerca de 20 dias. E estamos notando mesmo, como de uma hora pra outra, ele tem se movimentado bem mais, interagido mais com a gente.
E a microencefalia está descartada. Ele tem um perímetro cefálico pequeno, assim como ele também está um pouco abaixo do peso “padrão” para sua idade (devido às constantes crises respiratórias e otites). Ou seja, seu PC é proporcional ao seu corpo. E ele ainda tem a moleira anterior, a que fica atrás da cabeça, aberta, o que significa que o cérebro dele está crescendo e tem espaço para isso.
Ou seja, o tratamento está dando supercerto e a expectativa é cada vez maior, assegurada por todos estes fatores, de que o meu lindo é normal e está se desenvolvendo maravilhosamente, dentro do tempo dele. A dra. Fabi não gosta de arriscar prognósticos, mas disse que temos, neste ritmo excepcional de recuperação (palavras dela) diante da gravidade de tudo o que o cérebro do Caio já passou (com doenças e cirurgia), a perspectiva de uma criança absolutamente normal, falando, caminhando, brincando, em torno dos 3 anos! E isso pra mim é a glória! Semana que vem ele já vai completar 1 ano e meio, estamos na metade do caminho!

Médicos (maus médicos) nos deram a certeza absoluta de que ele seria vegetativo, um peso em nossas vidas, um inútil. Eu ouvi isso, acreditem. Deus nos dá a prova diária da grande benção que é este anjo que nos foi enviado. Sei que sou pequena e que tenho muito a aprender. Mas o guerreiro Caio veio ao mundo para me dar lições e me ensinar a ser grande. A ele minha eterna gratidão, meu agradecido amor.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

A Vontade do Pai

Eu adoro este texto, embora lamentavelmente desconheça a autoria. E tenho certeza absoluta de que Deus está bordando a minha vida!

Mesmo quando nossa vida não está boa, Deus está operando por nós.

Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava no chão, brincando perto dela, e sempre lhe perguntava o que ela estava fazendo.
Ela respondia que estava bordando.
Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada, e repetia:
- Mãe, o que a senhora está fazendo?
Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos. Eu não entendia nada.
Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava:
- Filho, saia um pouco para brincar e, quando terminar meu trabalho, eu chamo você, coloco-o sentado em meu colo e deixarei que veja o trabalho da minha posição, está bem?
Mas, com toda aquela curiosidade infantil, eu continuava a me perguntar lá de baixo: "Por que ela usa alguns fios de cores escuras e outros claros? Por que eles me parecem tão desordenados e embaraçados? Por que estavam cheios de pontas e nós? Por que não tinham ainda uma forma definida? Por que demorava tanto para fazer aquilo?"
Bem mais tarde, quando eu estava brincando no quintal, ela me chamou:
- Filho, venha aqui e sente-se em meu colo; quero lhe mostrar uma coisa.
É claro que fui correndo, louco pra ver a sua "obra" acabada. Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia acreditar! Lá de baixo parecia tão confuso e, agora, vendo de cima, vi uma paisagem maravilhosa! Como podia ser?
Então, minha mãe me disse:
- Filho, vendo de baixo, tudo parecia confuso e desordenado porque você não via que na parte de cima havia um belo desenho. Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo...

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito:
- Pai, o que estás fazendo?
Ele parece responder:
- Estou bordando a sua vida, filho.
E eu continuo perguntando:
- Mas está tudo tão confuso, Pai, tudo em desordem... Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros... Por que não são mais brilhantes?
O Pai parece me dizer:
- Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se, confie em Mim, e Eu farei bem o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo e, então, você vai ver o plano da sua vida da minha posição!
Muitas vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida. Do outro lado, Deus está bordando...

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Orkut, ame-o ou deixe-o

Como tudo o mais ligado à tecnologia, eu fui resistente ao Orkut. Demorei a aceitar um convite, custei a fazer meu perfil. Mas, logo em seguida, eu me apaixonei por ele.

Através dele, refiz o contato com amigos que me foram muito queridos em outras épocas da minha vida. E os reencontros foram além do virtual, promovendo divertidos churrascos, visitas, etc. Rapidamente eu estava trocando fotos e emails com ex-colegas de primeiro e segundo grau (parênteses: sou velha mesmo, hoje em dia essas mesmas etapas da escola são chamadas de ensino fundamental e médio!) que estão morando em extremos do Brasil e do mundo! Eu achei tudo bárbaro, me rendi à ele.

Depois, quando o Caio nasceu, o Orkut foi mais um meio a me trazer alento, carinho e informação. Comecei a participar de comunidades sobre as doenças que ele teve e “conheci” pessoas maravilhosas, que tinham passado por problemas semelhantes e me compartilhavam suas experiências. Quanta generosidade na rede.

No entanto, ultimamente, não foram poucos os casos que soube de perfis clonados, falsas mensagens enviadas aos amigos de determinado membro. Duas amigas virtuais retiraram o perfil de seus filhos depois que receberam emails com montagens grotescas das fotos das crianças em sugestivas situações sexuais. Uma ex-colega de faculdade terminou um casamento de 3 anos devido à intrigas provocadas pela rede de relacionamento – tudo bem, podemos argumentar que talvez o casamento não estivesse tão sólido, mas eu pergunto: para que correr estes riscos?

Quero ter a fé de que meus amigos e amigas do Orkut sabem que eu jamais seria capaz de enviar mensagens grotescas, obscenas, agressivas. Tenho meu modo particular de expressar minhas opiniões, mas mantenho o nível. As pessoas que realmente me são importantes sabem que eu seria incapaz de publicar qualquer foto com situação pornográfica ou (muito pior) pedófila. Mas, aí novamente, eu pergunto: vale a pena correr o risco? É preciso dar a cara a tapa desse jeito?

Estou com medo, confesso. Não quero ver meus filhos expostos em situações constrangedoras. Sei que isso também é possível através do blog, mas o alcance do Orkut (ou sua notoriedade) é infinitamente maior. E não posso deixar de lamentar a “pequenez” da alma humana, capaz de distorcer invenções que poderiam somente ser utilizadas para o bem de todos.

Construí uma linda rede de relacionamento fora do Orkut, através do LV do Mothern, e acho que daí tenho tirado proveito de excelentes frutos. A amizade que a geografia não impede, os conselhos, as dicas, o aprendizado. Como já reafirmei algumas vezes, isso sim é real.
De resto, continuarei a fazer minhas pesquisas e leituras pela internet.
Agora, quanto ao Orkut, eu já o amei muito, mas estou pensando seriamente em deixá-lo.

Zorra Total

Sou adepta de que vale muito mais à pena rir do que chorar. E aí, estamos a passo de tartaruga, arrumando nossas coisas e nossa rotina na nova casa. Mas, ainda continuo dizendo que a pergunta proibida permanece: “onde está” e “onde tem” são verdadeiros afrontas à dona do novo lar.
E estamos, literalmente em clima de zorra total, tentando nos convencer de que certos luxos e confortos... “não nos pertencem mais”.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

De barriga cheia

Primeiro, as notícias. Caio e Yuri estão cada dia mais lindos. O Caio finalmente parece recuperado da crise da semana passada. Termina o antibiótico depois de amanhã e aí, normalmente, o apetite volta à mil. A minha gripe virou sinusite, mas estou bem. Vivendo um período sempre oscilante, finalmente me mudei. E aí que começa o post...

Eu já morei em casa de madeira cheia de frestas, quando era pequena. Nossas portas internas eram lençóis coloridos sustentados com pregos nos marcos de onde deveriam estar as portas. Depois, um outro mundo, me mudei para uma casa de alvenaria, dois pisos, mais de 400m2. Eu me perdia lá dentro, não acreditava que alguém morasse num lugar tão grande.

Quando me mudei para Canoas, há quase 3 anos, minha nova casa tinha pouco mais de 90m2. Mas eu fui pra lá muito feliz, com esperança em novos tempos. Tinha meu marido, meu filho, estava trabalhando. E o espaço nos foi suficiente e acolhedor por este período.

Agora, problemas familiares, me levaram a morar no mesmo terreno da minha mãe. Numa casa que não tem 60m2. Nossas coisas estão empilhadas. Corredores de pouco mais de 20 centímetros são cavados entre meus móveis gigantescos. Ainda não conseguimos encontrar lugar para 40% dos nossos pertences, estamos sempre a tropeçar uns nos outros. Chego a me deprimir...

E aí eu lembro da Pati, uma das minhas companheiras de LV. Ela veio da Austrália, com duas das três filhas e o atual marido. A primeira filha foi detida pelo pai, o primeiro marido da Pati. E com muito sacrifício, eles vivem num apartamento bem pequeno, sem móveis ainda. Dia desses, ela comemorou que tinha comprado a cama! E o prédio, com problemas, exigiu que ela lavasse os pratos na banheira, porque a cozinha estava com infiltração e a pia não funcionava! E a Pati segue na luta, criando suas filhas, amando seu marido, compartilhando tudo com as amigas. E ela já está no terceiro emprego, porque se não está bom ou a dispensam, ela segue atrás de outro. E ela voltou pra faculdade! Pra quem freqüenta o LV, é chover no molhado, mas que mulher é a Pati! Que guerreira, que exemplo!

E eu estou reclamando do quê, de barriga cheia? Estou junto aos meus dois filhos amados, com meu marido, todos sadios, e com ótimas perspectivas pessoais e profissionais me acenando na última semana, justamente desde que me mudei.

Existe uma lição que recebi, quando o Caio estava internado e eu vivia a angústia de não ter uma previsão de alta. “Tudo a seu tempo, Deus faz tudo a seu tempo”. Preciso prestar mais atenção nisso. E, ao invés de me lamentar com miudezas, agradecer as bênçãos grandiosas e ter fé de que o meu tempo está chegando!

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Sinal de vida

A semana foi power. O Caio teve uma virose que o derrubou. Passamos dois dias entre hospital, exames e consultório da pediatra. Depois de seis dias, quando ele começou a melhorar, eu desabei com uma gripe bem fu... çada (como diz o Yuri). E ainda estou trabalhando como afro-descendente em tempos pré-Isabel... No meio dessas crises, ainda não me mudei e estou me incomodando por isso; o Caio, recuperado, teve 2 consultas de revisão esta semana e isso significa correrias a mais; comecei a escrever três posts sobre assuntos diversos e não consegui concluir nenhum... meus neurônios parecem estar em greve.
Mas agradeço de coração as visitinhas aqui, as manifestações de preocupação e carinho, os emails generosos.
Assim que o tempo, a saúde e o cérebro permitirem, retomaremos nossa programação normal!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Lindezas em fotos atuais

Meu lindo guerreiro todo charmoso, de gravatinha e tudo, sentado na mesa de aníver da prima Rafa (14.10)

Meu bolachudo favorito, pegando fogo de tanto correr e se divertir na festa...


Eu, posando com as duas coisas das quais mais me orgulho de ter feito nessa vida... hehehe

Quero ver daqui uns 10-15 anos, quais serão as gurias que serão capazes de resistir a esses dois poderosos!

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

A lição da Princesa

Morreu a filha do Rei. A princesa que nunca teve trono, cuja vida jamais chegou perto de ser um conto de fadas. Morreu a princesa negra, pobre, bastarda.

Sandra Regina Machado Arantes do Nascimento, vereadora de Santos (SP), morreu ontem, vítima de um câncer. Sandra ganhou notoriedade por sua luta para ser reconhecida como filha do jogador de futebol Pelé. E o suposto “rei” sempre a renegou. Argumentava que não podia amar, de uma hora para outra, uma filha que caiu de para-quédas em sua vida. Mas ele também nunca se esforçou para tal. Em compensação, todos os demais filhos que teve com mulheres brancas e loiras, Pelé reconheceu e deu afeto.

Não gosto da monarquia. Não acredito em reis e rainhas impostos pela mídia. Na maior parte das vezes, a coroa concedida pela admiração da opinião pública, transforma a soberania em soberba. É o caso de Pelé.

Sandra quis carinho e não recebeu. Então brigou na justiça pelo direito mínimo de assinar o sobrenome famoso. O rei negou amor à sua própria filha, justo aquela que, por ironia do destino, mais carregava seus traços físicos. Ele nunca procurou, nunca buscou construir uma relação de afetividade com a filha. Uma pessoa assim não é rei, não é pai, não é sequer homem.

E ela era a parte menos culpada de toda essa história. O fruto da inconseqüente paixão de dois jovens da década de 60.

O cantor Roberto Carlos, outro de nossos “reis”, tomou conhecimento do filho Rafael quando este já tinha mais de 20 anos. Roberto o reconheceu, trouxe-o para trabalhar consigo, fazer parte da sua vida. Apresentou-o em rede nacional, no seu tradicional programa de fim de ano, como um presente de Deus. É. Existem reis e reis.

Em tempos de eleição, vale lembrar que Sandra teve um correto mandato com vereadora. Usou os benefícios que a fama lhe trouxe para criar um projeto que garante a realização de exames de DNA gratuito a mães e filhos sem recursos para tal. A princesa, ao contrário do rei, preocupava-se com o povo e teve postura realmente nobre.

Dizem que o último de Sandra era receber, ao menos, um telefonema do pai. O rei, inatingível em seu castelo, não atendeu. A princesa queria, do alto de sua grandeza, perdoá-lo. Não sei se ele merecia. Mas estou certa de que a princesa agora está no seu devido lugar, no reino dos Céus, ao lado do verdadeiro Lorde.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

A verdade, nua e crua

Dizem que criança não mente. O Yuri bem gosta de contar umas histórinhas... mas ele costuma ser muito sincero e dá suas opiniões "doa a quem doer".
Dia desses, olhando o horário eleitoral gratuito (sim, que ele adora acompanhar comigo), ele disse: "Mãe, eu não gosto do Olívio" (nosso canditato do PT ao governo do RS), ao que eu respondi "Eu também não gosto, meu filho. Mas o pior é que tenho uma foto de braços dados com ele". "Tu tem uma foto com o Olívio, mãe? Eu quero ver!". Daí vasculhei minhas coisas e achei. 1994, final da faculdade de Comunicação, um grupo de teatro que surgiu numa cadeira de Criação. Durante nossos ensaios, o tal Olívio apareceu por lá (se não me engano ele era prefeito de Porto Alegre e estava apresentando o Tarso genro como canditato do partido para as eleições daquele ano... não me lembro bem). Daí que o Olívio tirou uma foto com o grupo, bem ao meu lado e ainda me pediu para dar o braço. Com total cara de bunda, aceitei.
O Yuri olhou a foto, riu, depois disse "É o Olívio mesmo... mas que feio né, mãe?!". E eu concordei "É o Olívio não é dos mais bonitos". Ao que o Yuri retrucou "Eu estou falando é do teu cabelo, como era feio!". Como é que é?! Então, tá, meu filho, obrigada pela parte que me toca!
Hehehe... brincadeiras à parte, amo a sinceridade do meu primogênito tagarela!

A verdade 2

Ainda o Yuri, com sua sinceridade desconcertante...
"Mãe tu é a única pessoa bem gorda que eu conheço que é bonita".

Eu consegui escapar

Eu comecei o Dia das Crianças triste. Pra variar, estava sem grana para comprar um presente para meus filhos. O Cainho ainda não entende, mas o Yuri tinha feito lista e tudo o mais... Daí que comecei no dia 11 mesmo, a enchê-los de beijos, reforçando o quanto os amo e o quanto eles são importantes na minha vida. Jantamos uma pizza, que o Yuri ama, numa prévia do feriado.

Dia 12, amanheci o dia saudando-os “Bom dia, príncipe amado da mãe! Feliz Dia das Crianças, meu anjo!” (o discurso foi o mesmo para ambos). Almoçamos na minha sogra e depois os levei à pracinha. E aí, estraguei seus dentes com muitas balas e chocolates. Cantamos suas músicas favoritas. E brincamos muito com os presentes que eles ganharam de amigos, dindos, tios. E eu pude perceber que, ao final do dia, eu tinha sido presenteada com várias risadas sinceras e gostosas.

Eu consegui escapar do consumismo do dia 12 e acho que pude mostrar a meus filhos que lhes dedico o que há de mais valioso: meu amor, meu tempo, minha vida. E ainda que eu não tenha lhes comprado nada em especial, pude sentir que foi um dia bem feliz em suas vidas.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Dia das Crianças, coração enternecido

O Dia das Crianças chegando e meu coração fica enternecido, olhando meus filhos e suas evoluções...

• O Yuri participou semana passada da II Noite do Pijama da sua escola, dormindo lá. Foi algo: ele pediu pra cortar o cabelo na véspera, "para ir bem bonito"; tinha pedido um DVD de dia das crianças para minha mãe mas trocou o pedido de última hora, se ela pudesse adiantar o presente e lhe dar um pijama novo! Pode, tanta vaidade?
E ele adorou, se portou superbem, mostrando pra mamãe que insiste em ficar de coração apertado que ele já é um "homem de 6 anos".

• O Caio tá uma delícia, supersapeca. Olha pra gente e diz "nenê". Nós repetimos e ele faz o sorriso franzido, tipo "bichinho" mais lindo desse mundo! (e eu ainda não consegui fotografar!).

• Estou tentando despertar o espírito solidário no Yuri. Todo ano, em véspera de aniversário dele, dia das crianças e natal, doo alguns brinquedos usados, pois sempre vem centenas de novos! Bem, dessa vez quis que ele participasse ativamente, selecionando ele próprio os brinquedos a serem doados. Ele tem uma dificuldade tremenda em se desfazer de seus pertences. Daí expliquei que existem crianças pobres, que precisam de nossa ajuda, etc. E ele me sai com essa: "Se as crianças são pobres elas precisam de comida, não de brinquedos". Sim, meu filho, elas precisam de muitas coisas, mas principalmente de um pouco de afeto, ainda que traduzidas em brinquedos usados.

• Cortamos o cabelo do Caio duas vezes, mas os caracóis crescem com fermento!!! Em breve, um novo corte para o verão!

• E o Caio segue numa onda de bons tempos - boa saúde, bom humor, bom sono, bom apetite. Estamos fechando 1 mês de estabilidade e isso é uma grande vitória.

• Acredito piamente que no próximo verão, meu caçula estará caminhando à beira mar. Ele tem se segurado na primeira coisa que encontra e faz muita força para ficar de pé. Quando o ajudamos a "dandar" ele quase não cabe em si de tanta alegria... o problema é que ele chega a parar de tanta risada que dá...

Nossas crianças, nossa aposta numa nova geração, as razões de nossas vidas, os alentos de nossas dificuldades. Abençoadas elas sejam, amanhã e em todos os próximos dias. Que todos os dias sejam sempre seus, com carinho, saúde, educação, oportunidades, alimentação adequada, igualdade. E principalmente, amor sem fim!

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Pipoca ou Piruá? Eu decidi!

Em tempos difícies (e tom aqui não é de lamentação; não são os primeiros, não serão os últimos e certamente já tive piores), reencontrei este texto que gosto muito e que me deu a certeza de que sou, ou ao menos tento ser uma pipoca danada!

Pipoca ou Piruá?


A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser.

O milho de pipoca não é aquilo o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.

O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo, continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.

São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.

Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.

Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo.

Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. Pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.

Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada.

A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: Bum!

E ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente do que ela mesma nunca havia sonhado.

Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisas mais maravilhosas do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura.

O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Alento para o cotidiano e a alma

Ontem, então aconteceu o IV Encontro Mothern aqui do RS. E não vou repetir tudo o que já disse sobre as meninas serem pessoas especiais para mim, porque elas são e ponto final. Agora, é engraçado como certas pessoas, quando falo da amizade mothern, ainda me questionam: “mas isso não é sério, né?”.

É seríssimo. E lindíssimo. Ontem tive o prazer de conhecer pessoalmente a Márcia de BH, e ela sabe muito da minha vida, perguntou sobre os meus filhos com muita naturalidade e conhecimento das nossas vidas. Como postei logo após o primeiro encontro que participei, são todas minhas velhas amigas. Mas o que é melhor, somos participativas uma na vida da outra. Em pouco menos de quatro meses, este é o quarto encontro. Já estamos agilizando outro pra semana que vem, pra visita da Bárbara para os lados do pampa gaúcho. Ou seja, eu as vejo e converso com elas mais do que muitas pessoas próximas da minha família!

E mais do que isso, pela simpatia, pelas histórias de maternidade e vida compartilhadas, pelas risadas... adoro encontrar minhas amigas. Elas são o melhor alento para um cotidiano que às vezes é difícil, e para uma alma em busca de carinho.


Da esquerda para a direita: Ísis, eu e as Márcias, BH e POA, respectivamente.
Ainda tive a alegria de conhecer o Paulo, simpatissíssimo marido da Márcia POA. No fotolog da Ísis, acho que vai rolar a foto com a presença dos maridóns. A minha é versão Luluzinha.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Delírios de uma segunda-feira pós eleições

• Estou um pouco esperançosa: meus candidatos a presidente e governador(a) conseguiram levar a decisão para o final do mês. Resta uma luz no fim do (segundo) turno...

• Estou abismada: que país é este que elege Collor Senador e Clodovil e Frank Aguiar “O Cãozinho dos Teclados” para deputados – só para citar os escandalosamente mais notórios?

• Minha gripe começou a ceder. Ainda bem, “eu bão abentuava bais balar assim” (traduzindo: eu não agüentava mais falar pelo “bariz” – hehehe).

• Agradecendo as bênçãos e pedindo pela sua continuidade. O Caio começou a usar a bombinha preventiva de crises respiratórias. Ele está completando 10 dias de alegria pura – come bem, dorme bem, faz muito exercício e esbanja sorrisos. E esse estado acaba refletindo no coração da mamãe aqui, feliz pela felicidade dele.

• O Yuri, além de lindo, é muito ligado em tudo. Foi votar comigo e tomou conta da urna eletrônica na votação pra Senador, Governador e Presidente. Ele amou participar e eu babei!

• Aliás, ele também é muito observador. Na semana passada ele tinha feito um avião com garrafa pet na escola. Ontem, rasgou um pedaço da asa do avião, porque estava “simulando o acidente do avião pequeno que bateu naquele grande e derrubou ele na floresta”. Se quiser, será um excelente repórter do JN daqui alguns anos...

• Semana decisiva de promessas, novenas e tudo o mais pra vida dar uma virada pro bem! Amém!

• Em tempo de eleições, eu já elegi meu campeão de votos, beijos, abraços. Sua plataforma está baseada no sorriso sapeca, no lindo olhar e na mão fofucha. Sem chance para os adversários!



quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Bodas de Estanho


Tem um trecho de um livro da Marina Colasanti (E por falar em amor) que me serve bastante no dia de hoje, quando completo 10 anos de casada, 14 entre namoro, noivado (meu Deus, sou uma senhora, do tempo em que ainda se ficava noivo!) e a foto acima, tirada às 20 horas do dia 28 de setembro de 1996:

“Amado meu que me olhas docemente
Sabes tu que debaixo do teu olhar
Me pergunto se ainda te amo
E como te amo?
E sofro em silêncio,
Porque tenho medo que minha dúvida
Apague o amor dos teus olhos
E eu não posso correr o risco do teu desamor
Se ainda não tenho certeza do meu...”

Hoje completamos Bodas de Estanho. Para mim, parecem de Cristal. O amor passa por um momento frágil, delicado, onde a transparência pode ser o que de mais bonito ele tenha para deixar. Não é a primeira crise, espero até mesmo que não seja a última.

Um dia escolhemos um ao outro para compartilhar a vida, com suas alegrias e suas dores. Éramos cheios de sonhos e paixão. As coisas mudaram bastante. Não sei se sou eu, se é ele. Provavelmente, são os dois, amadurecidos e calejados. Precisamos descobrir o que ainda resta daquele sentimento que nos uniu. Além dos belos filhos, quero mais motivações para as próximas Bodas que ainda planejo celebrar.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Na minha casa não

Sou do time que acha que política, religão e futebol não se discute. Às vezes pode acabar com velhas amizades. Mas às vésperas das eleições e com um texto tão bacana como este, não pude me abster.

"Fazia tempo que queria reformar minha casa. Foi-me indicado um profissional que diziam fazer um bom trabalho. Não apoiei, mas toda a minha família ficou satisfeita com a contratação dele. Diziam que, mesmo sem muita experiência, era um cara honesto e coisa e tal. E ele quase me convenceu com seus argumentos, devo dizer a verdade. Encheu-me de promessas, disse que faria isso, que resolveria tal problema, que mexeria nos alicerces. Em suma, que tudo ficaria como novo.

Mas, de uma hora pra outra, começaram a sumir coisas lá de casa. Uma caneta, alguns DVD’s, um rádio. Depois as coisas foram crescendo. Quando me dei conta, tinham-me levado até o carro. Confrontei o homem a quem havia contratado. Ele acusava seus ajudantes. Dizia que não sabia de nada, que estava focado apenas no trabalho.

Descobriu que as desconfianças em relação à sua equipe eram verdade mandou todos embora. Trouxe novos ajudantes. A reforma continuava, ainda que a passos curtos e lentos. Com mais problemas do que acertos. Nesse momento, já estávamos nos irritando. No entanto, as coisas continuaram a sumir de casa, mesmo com a nova equipe. O chefe seguia se eximindo da culpa sempre que pegava algum dos seus roubando. “Não sabia de nada”, dizia ele.

Um dia, acabou o prazo que ele tinha me prometido para entregar a casa. Faltou muito para ele chegar ao menos perto do que havia prometido. O pior é que, ao longo do tempo de trabalho, ele foi mudando tudo o que havia dito. Se tinha dito fazer uma coisa, ia lá e fazia outra. Se assumira compromisso com a minha família em relação a tal assunto, pouco depois parecia esquecer completamente.

Mesmo com tudo isso, o safado ainda teve a cara-de-pau de vir me pedir por mais tempo de trabalho. Sim, depois de todos os seus ajudantes terem me roubado, tanto os velhos quanto os novos, depois de ter me mentido descaradamente, depois de me prometer coisas que não chegou nem perto de cumprir, depois de se fazer de inocente frente a todas as acusações, ele ainda queria continuar dentro da minha casa com um contrato prorrogado.

Claro que eu jamais aceitaria isso. Não sou idiota. Minha família veio dizer que nas outras reformas isso havia acontecido também: coisas haviam sumido, as mentiras rolaram. Tudo bem, pode ter acontecido, mas nunca tão descarado quanto agora. Nunca mesmo. E, de qualquer forma, desde quando o erro do passado justificam o roubo de agora? Era só o que me faltava: deixar um ladrão, mentiroso e ignorante na minha casa por mais quatro anos porque “outros também fizeram”.

O problema é que combinei com a minha família que ninguém decidiria nada sozinho. O que a maioria decidir, será feito. A votação final ficou pra domingo. Só espero que as 180 milhões de pessoas que moram comigo mostrem-se mais inteligente do que parecem."

(Este texto é de autoria de Silvio Pilau, publicitário, excelente crítico de cinema e de livros, e um ótimo cronista, como no exemplo acima. Quem quiser saber mais sobre ele, acesse Viagem Literária.)

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Tudo vai dar certo

Gosto muito das revistas Vida Simples e Bons Fluídos. São publicações que falam de bem-estar pessoal, de Feng Shui, de terapias alternativas. Enfim, todos assuntos que, no mínimo, instigam minha curiosidade.
E ontem, enquanto passava a tarde com uma prima, com as crianças reunidas fazendo a maior bagunça, eu estava a me lamentar das últimas tempestades que ocorreram na minha vida. Numa pausa, olhei pro lado e vi a Bons Fluídos, com uma chamada que me “chamou” prontamente (desculpem, o inevitável pleonasmo).

TUDO VAI DAR CERTO. Com o pensamento positivo pode transformar a sua vida.

Era um artigo sobre neurolingüística e seus possíveis efeitos em nossas vidas. Mas parece que foi a sacudida (mais uma) que eu estava precisando. O conteúdo pode até parecer óbvio. Evitar palavras negativas (não, mas, porém), etc. Tinha uma frase que se aplicava muito à minha pessoa e que, inclusive, já ouvi de minha terapeuta. “Eu não SOU depressiva”, “Eu ESTOU depressiva”. Ou seja, é algo transitório que pode mudar a qualquer momento. E eu estou mudando.

Vou me mudar para uma casa pequena, de 60m2, quando já morei numa mansão de mais de 400m2. Vou ir para um bairro mais popular e populoso, com alguns índices de violência. Ficaremos mais distantes da escola do Yuri, dos médicos e da fisioterapia do Caio. Estou travando uma luta judicial para receber mais de 200 mil reais que me são devidos de uma herança e as coisas parecem nunca se resolver. Que morrer!

O quê? Tu não tens vergonha na cara, mulher? Tu és uma ótima profissional, tens uma linda família construída com muita verdade e luta. Tens poucos mas excelentes amigos que te admiram e te dão força. Teu marido segue te amando apesar das adversidades do relacionamento a dois, e lá se vão 14 anos de uma sólida história onde o amor prevalece. Teu primogênito é lindo, inteligentíssimo, amoroso, motivo de orgulho inesgotável. Teu caçula venceu a morte quando quase todos desacreditavam e é um guerreiro lindo e forte, ainda que em sua doce inocência. Queres reclamar do quê? Casas lindas podem abrigar pessoas infelizes. Pior: existem famílias numerosas onde o sentimento que impera é a solidão. A riqueza maior e a mais difícil de se manter são os afetos sinceros. Tu és abençoada, dona Cláudia.

Tomo essa nova fase como provisória. Estamos crescendo, financeira e emocionalmente. Somos e continuaremos a ser genuinamente felizes. Nossa família é uma fortaleza. Deus sempre esteve e continuará a estar conosco, olhando por nós. Temos amigos que nos querem bem. Temos tudo o que precisamos. TUDO VAI DAR CERTO.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Mix de notícias

• O Yuri me encheu de orgulho mais uma vez. Semana passada busquei sua avaliação na escola. Ele estava com problemas de concentração e relacionamento na escola. Vi que era algo “emocional” e desde então tenho tentado dedicar alguns momentos de exclusividade ao meu primogênito. Bem, deu supercerto! A professora disse que ele melhorou muito e é, disparado, o mais inteligente e participativo da turma! Pra completar, sexta ela mandou o caderno dele pra gente ver – eu nem sabia que ele tinha um caderno! Tão lindinho, tão caprichado, uma letra tão querida que copia os dados do quadro... “Canoas, 8 de setembro de 2006 – Lição de hoje: As vogais”... Morri de orgulho do meu fofucho!

• Falando em fofucho, ele me pediu pra fazer uma dieta, pois os colegas estão sempre chamando ele de “gordo” – sei bem o que é isso! Até aí tudo bem, que também estou tentando entrar nos eixos. Comprei várias frutas, legumes, verduras. Mas volta e meia, ele pergunta: “Mãe, não tem mais trakinas em casa?”. É de partir o coração!

• Cainho melhorou da bronquiolite, mas o pneumo dele indicou um tratamento preventivo com as famosas “bombinhas”. Eu, como sempre, aposto minhas fichas pra ver meu nenê sem dodói nenhum, faceirinho como ele gosta de ser.

• E falando em peso, eu que sempre acho o Caio magérrimo, fui desmentida pela balança. Apesar das constantes infecções, ele aumentou 200 gr! Está com 9kg800 e 80 cm. Alto, elegante e sempre gostoso! Gianecchini que se cuide!

• Vou ter que me mudar nos próximos dias e passarei a morar no mesmo terreno da minha mãe. Na verdade, vou morar na casa dela e ela, num anexo que alugava. Não quero entrar em detalhes, estou um pouco chateada, mas vou tentar não passar isso pros meus filhotes.

• Quarta-feira, dia 20, é feriado aqui em Porto Alegre, com comemorações farroupilha. Embora nem eu nem o Sandro sejamos dos mais tradicionalistas, o Yuri é uma “gaudério bom barbaridade”. E tirou umas lindas fotos vestido à caráter na escola (ai,ai, mais dividas pra mim... hehehe). Assim que receber as fotos, posto aqui.

Às minhas amigas de sempre, fiéis no colo, meu carinho e meu beijo.

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Saudades eternas - eu sei o que é isso...


Infelizmente eu aprendi o que significa sentir saudades eternas.
Eu tive um único irmão, que nasceu no dia em que eu completava 4 anos de vida. Um irmão que amei muito, que me ensinou muito, mesmo sendo ele mais jovem que eu.
Hoje faz 5 anos que meu amado Jon partiu. Uma partida doída, porque além dele ter apenas 25 anos na época, foi muito inesperada. Ele teve uma doença rara e silenciosa, quando detectada foi tarde demais, ele não teve mais do que 24 horas de vida.
Dentro da fé que quero ter, acredito que o Jon foi embora cedo porque era muito evoluído. Poucas pessoas sabem, mas meu irmão sofreu muito na infância, foi vítima de violência física e sexual. E nada disso lhe deixou com rancor, com cara feia pra vida. Ao contrário, o Jon tinha a maior fé nas pessoas, era super apaziguador, conciliador, amoroso. Ele só tinha qualidades, nos ensinou muito sobre “amar as pessoas como se não houvesse amanhã” (ele adorava Renato Russo).
Sempre vou sentir falta do meu irmão. Não há nada que preencha o vazio que sua morte deixou. Me sentia amada e compreendida por ele.
Quando enfrento problemas, sinto falta dele e da sua mão grande e certamente acolhedora. Não tenho mais seu ombro, seu colo, suas lágrimas solidárias.
Quando estou feliz, lembro dele. Do seu riso franco, aberto. Não tenho mais seu abraço, seus incentivos, sua alegria contagiante.
Ele foi embora e eu não lhe disse tantos “eu te amo” como ele merecia, não lhe dei tantos beijos como gostaria, não explicitei toda a importância que ele sempre teve e terá na minha vida.
Saudades eternas, gordo. De ti e de tudo o que não vivemos.
Te amo, eternamente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Um buraco, pelamoderdedeus!

A semana tá terminando e eu tô mal pacas:

• A grande novidade que ia falar pra vocês parece que melou... tô super desesperada!

• O Caio finalmente tomou a vacina anti-pneumocócica (que foi uma novela: os médicos indicaram, eu não tinha dinheiro pra fazer - 520 reais, fiz pedido junto à Vigilância Sanitária do Município, eles acataram meu pedido, eles esqueceram o pedido, eu liguei diariamente cobrando, ela chegou, ele estava doente e não pôde fazer logo). E ele ficou MUITO mal - teve uma febre enorme, ficou com a perna super dolorida, gritou e chorou até às 6 da manhã (quase 20 horas após a aplicação da bendita).

• Aqui no meu trabalho, não sei se vou ou se fico. Parece que não serei mais demitida. Mas enquanto a definição não vem, estão me tirando o couro num monte de tarefas ingratas. E aí, a dúvida: me dedico ou não?

• Tenho algumas dívidas que não podem mais ser postergadas. E não tenho de onde cavar dinheiro...

Tudo o que eu queria, era um buraco enorme, bem fundo e escuro pra me enfiar!
Alguém tem, ao menos, uma pá para me emprestar?

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Só para lembrar...

Por mais que queiram me derrubar, existem duas forças que me motivam a permanecer sempre de pé.
Ou como costumo dizer, tenho uma riqueza maior e inestimável que ninguém me tira, só Deus abençoa.

P.S. Lindas amigas, não é preciso que se preocupem comigo. Fora as pentelhações normais do período de aviso prévio, estou ótima. Mas sigam na torcida, tenho esperanças de ainda esta semana compartilhar algo muito bom com vocês - melhor que emprego, inclusive!

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Republicando... outra vez!

Nenhum poema
hoje
Nenhuma inspiração
desde ontem
Nenhum plano concreto
para amanhã
O tempo
desafia
minha serenidade
minha sanidade
O tempo
ao mesmo tempo
instiga
minha curiosidade
minha intempestiva
vontade
Então divago
procuro as palavras
escrevo
exorcizo meus demônios

terça-feira, 29 de agosto de 2006

Reality Show

Depois da minha novela “Páginas de Dívidas”, parece que entrei no reality show “O Aprendiz”. Ontem, ouvi a célebre frase de Roberto Justus: você está demitida!

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Na falta de palavras...

Sem muita inspiração para escrever, esses dois me enchem a mente e o coração com belas palavras...

Alegria, realização, saúde, amor, inocência, plenitude, confiança...


Intensidade, razão, motivação, ternura, esperança, milagre, futuro.

E aí, como sempre digo e repito... tudo fica completo e perfeito.

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Mães guerreiras

Todos sabem que chamo o Yuri de meu príncipe e o Caio de meu guerreiro. Alguns amigos generosos dizem que guerreira sou eu. E é verdade. Cuido da casa pela manhã e à noite; trabalho fora à tarde (uso três conduções para chegar no meu emprego); carrego o Caio para baixo e para cima penando em ônibus e metrôs para cumprir à risca seus tratamentos médicos; toda quarta-feira (sempre morta de cansaço), após servir o jantar, lavar a louça e pôr o bebê para dormir, ajudo o Yuri com as lições da escola; canto e conto estórias para meus filhos; acordo de madrugada para ver se eles estão cobertos.

Eu sou uma guerreira. Mas não sou a única.

Penso na Andressa e numa colega de trabalho que está tentando a fertilização in vitro – a primeira não deu certo. Mães guerreiras que lutam pelo sonho de ter um bebê nos braços. Lembro da Pati, guerreiríssima, reconstruindo a vida no Brasil, junto ao marido e às duas filhas, quando um pedaço do seu coração, a Caprice, está do outro lado do planeta. Revejo uma foto com o sorriso doce da Ísis, lutando desde agora para se informar, conversar, aprender a ser uma excelente mãe para seus futuros filhos.

É incrível a força que gerar um filho traz a uma mulher. Na maioria das vezes, basta o simples desejo de uma gravidez para que ela se sinta capaz de transpor as mais árduas barreiras.

No contraponto da mulher moderna (que afinal de contas, somos), ter e educar filhos ainda é função das mais apaixonantes e instigantes, repleta de desafios, dores, conquistas. Respondemos à multiplicidade de tarefas assumidas por nós, as verdadeiras chefes do lar. Mas na carona desse movimento, nossas aspirações e realizações com maternidade ainda ocupam um espaço fundamental em nossas vidas.

Eu acho a maternidade soberana. Hoje mesmo, deixei o Caio mais cedo na fisioterapia e vim para Porto Alegre resolver assuntos de meu exclusivo interesse pessoal, defendo meus sonhos de realização profissional. Mas ainda que eu tenha grandes projetos pessoais pra realizar, os maiores já coloquei no mundo, os meus filhos.

Matamos um leão por dia para conciliarmos vida profissional, familiar, sexual e nossa individualidade. Mas se encontramos energia para seguir firmes na batalha é porque repousa em nossos corações, as fontes inspiradoras para tanta luta. São nossos filhos que nos fazem levantar o estandarte das mães guerreiras que somos todos os dias.

P.S. Impossível citar todos os nomes, mas acredito piamente que toda a mulher que planeja pôr um filho no mundo é uma guerreira.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

A novela da minha vida (ou: mantendo o bom humor)

Algumas pessoas dizem que sua vida daria um livro. Ou um filme. A minha está mais para novela.
E se chamaria Páginas de Dívidas.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Um texto para refletir...

Sem muito assunto nem inspiração para escrever (o exame do Caio só fica pronto na quinta, ele e o Yuri estão gripados, estou entediada no trabalho...), e pensando em coisas que eu e as gurias do Mothern conversamos às vezes - sobre o tempo que podemos dar a nossos filhos, sobre como eles crescem depressa, publico um texto que adoro, do Affonso Romano de Sant'anna. Se chama Crônica para os Pais.

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos.
As crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas, não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.
Um dia, sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Aonde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você quer que ela não apenas cresça, mas apareça!
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes sobre patins e cabelos longos,soltos... E lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao parque, ao shopping, não lhes compramos todos os sorvetes que gostaríamos.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio, subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscina e amiguinhos.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois, chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Republicando – mais uma poesia minha

Meus poemas
não se enquadram em formalidades
Minha métrica
não é nada ortodoxa
Meus poemas
são apenas idéias
medidas na minha (in)consciência
Meus versos
são meras versões
de mim mesma...

terça-feira, 15 de agosto de 2006

A vida como ela é

Assisto Páginas da Vida. Normalmente é o meu momento de descanso físico e mental, quando deito na cama para brincar e conversar com meus filhos, com a TV ligada. A novela está num ritmo um tanto lento, tem exageros, furos, etc. Mas é impossível não se chocar com o comportamento da Marta (vivida brilhantemente pela Lília Cabral), como a mãe e agora avó (dá para chamá-la assim?) fria, insensível, preconceituosa.

As palavras que ela usa desde que soube que a neta era portadora da síndrome de Down – bebê com defeito, retardada, estorvo... – são de uma estupidez e até mesmo de uma burrice que agridem. Mas o pior de tudo é que isso acontece fora dos estúdios da Globo. Isso acontece na vida da gente.

Mães rejeitam filhos doentes – física ou mentalmente. Mães abandonam até mesmo bebês saudáveis, porque os vêem como sinônimo de estorvo, como a personagem da novela das oito. Mães agridem física e moralmente seus filhos, exploram-nos no trabalho infantil, são coniventes em casos de abuso sexual que na maioria das vezes ocorre dentro de casa. E eu pergunto: que mães são essas? Pior ainda, que ser humano é esse?

Quando o primeiro pediatra (Dr. Diego, um dos melhores profissionais que nos atendeu durante todo o período de Neonatal) falou que o Caio estava com uma meningite forte e gravíssima, ele me disse que talvez ele não conseguisse sobreviver; que talvez ele sobrevivesse e ficasse completamente vegetativo; mas que ele também teria possibilidades de se desenvolver apropriadamente, e que minha postura frente a tudo isso poderia fazer toda a diferença. Eu respondi que aceitaria o que fosse, com uma única condição: queria meu filho vivo, de qualquer maneira. Pedi ao Dr. Diego que salvasse meu filho, porque do resto eu daria conta. Quem acompanha nossa história sabe que tenho meus momentos de fraqueza e cansaço. Meu guerreiro tem um desenvolvimento motor e intelectual mais lento que a maioria das crianças (exatamente como a médica Helena explicou à avó imbecil na novela), tem baixa imunidade que justifica uma série de acompanhamentos médicos (pediatra, neurologista, pneumologista, fisioterapeuta, neurocirurgião). Mas não existe um único dia em minha vida que eu não agradeça por ele estar vivo, por ele ser meu filho.

As novelas há muito deixaram de ser ficção para serem um espelho da nossa sociedade. Se existem personagens escrotos, de mau caráter, insensíveis, é porque infelizmente convivemos com pessoas assim todos os dias. Quando engravidei a primeira vez, ouvi uma crítica do tipo “que pessoa tem coragem de colocar uma criança nesse mundo tão louco?”. Acho que uma pessoa que ainda quer acreditar que o ser humano tem seu valor e que podemos sim, transformar o mundo em que vivemos num lugar melhor. Uma pessoa que sabe que a vida tem sua dureza, mas que existem páginas em branco para serem escritas. Nossa consciência e a forma de educar nossos filhos – com amor, responsabilidade e cidadania podem fazer toda a diferença nos próximos capítulos. Afinal, são eles os autores do amanhã.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Salada de Frutas

Sem ter o que falar especificamente, e querendo compartilhar várias impressões sobre assuntos variados, criei essa nova "seção" no blog. Espero que gostem.

Agenda cheia: Levei o Caio no pneumo hoje, ele indicou um exame chamado PHmetria para ter certeza se ele tem refluxo ou não. Faremos quarta-feira que vem no Hospital São Lucas da PUC. Segunda, temos neuropediatra.

Vaidoso e lindo: Eu estava há 10 dias tentando fazer o Yuri cortar o cabelo e ele não queria, estava planejando deixá-los crescer (!). Mas ontem, às vésperas da apresentação do Dia dos Pais na escola, resolveu cortar para ficar bonito. E ficou lindo! Segunda publico fotos do novo visual.

O guerreiro e o berreiro: O Caio não dorme mais que duas noites seguidas sem alternar com um choro intenso madrugada adentro. Nos últimos 30 dias não sei o que é dormir mais que 4-5 horas por noite. O refluxo e uma possível esofagite são explicações plausíveis para o choro, uma vez que os demais exames estão OK.

O sono dos justos: Meu colchão tinha 10 anos de uso. Estava virado numa “canoa”. Me programei para comprar um novo esta semana. Pensei em gastar 400, 500 reais. Me apaixonei por um que custava mais que o dobro. Levei. O Sandro me perguntou: “De que adianta comprar o colchão mais caro da loja se a gente não sabe mais o que é dormir?”. É de rir ou de chorar? Hoje, prefiro rir.

Dando a cara a tapa: Era um projeto antigo. Eu queria me inscrever num concurso de poesias no ano que engravidei do Caio. No ano que o Caio nasceu. Nunca dava. Esse ano deixei de adiar meu delírio pessoal. Me inscrevi oficialmente ontem.

O apaixonado: Dia desses eu comentava com uma amiga que o Yuri sempre “se apaixona” pelas colegas loiras. Ele prontamente rebateu: “Ah, isso é agora que eu ainda sou criança. Quando eu crescer, eu não sei quem meu coração vai escolher pra amar de verdade”.

Vocabulário: A última é o Caio tentando dizer “vó” e falando “bombom” cada vez que enxerga um chocolate.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Amor crescente 2

“Na verdade sinto saudade dos meus filhos pequenininhos pela emoção que sentimos ao ver uma mãozinha minúscula, um sapatinho, as primeiras palavras, as evoluções, o milagre da natureza que é uma criança pequena. Mas nada supera os seres pensantes que vamos descobrindo ter em casa e a construção dessa relação. Quando vejo o bebê de um amigo, acabo sempre dizendo a mesma coisa: "Se você tá encantado agora, espera só até ele começar a dizer o que pensa". O mundo se abre! Meu Deus, é uma pessoa! E uma relação pra toda a vida.

Um belo dia toca o seu celular e você ouve do outro lado um sonoro mamãe te perguntando alguma coisa. Ele telefonou pra você sem a ajuda de ninguém. Você não fala mais com ele mastigando as palavras e, quando percebe, tem um amigo. Um menino de 6 anos que, às vezes, com muito humor, tira uma de você. No outro dia, ao entrar no carro, ouvi: "Mamãe, vê se não vai se perder, hein?" Me deu um alívio enorme perceber que meu pequeno Nino já bem conhecia a sua mãe. Sempre me perco no trânsito de São Paulo.

Se a gente se perder, a gente se acha, meu filho. Já nos conhecemos e agora é que começa a deliciosa aventura que é ser sua mãe. Com muitas emoções, alegrias, dúvidas, brigas, angústias, preocupações, risadas, conversas e tropeços em tênis esquecidos no meio da sala, vou tentando administrar as diferenças e me deleitando na riqueza que é conviver com vocês.”

A Greice publicou no seu blog, eu amei e copiei um trecho desse texto da Denise Fraga. É isso que quero dizer, quando falo no Yuri, quando imagino o Caio daqui há 5 anos. Eu pensava que os filhos cresciam e “perdiam a graça”. Mas aí é que a coisa começa a ficar ainda melhor. Como disse, 2 posts atrás, é um amor que só cresce junto com eles. Eu estava errada. Ainda bem!

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Caindo a peteca

Eu tenho uma suspeita, desde que o Caio teve alta do HCPA, de que ele tem refluxo. Ele vomita seguidamente, o leite integral ele não aceita, tem dores de barriga constantes, é chato pra caramba pra comer... A pediatra do Clínicas disse que não era refluxo (embora nunca tenhamos feito um exame específico) e ponto final. Eu arquivei minha suspeita. Essa semana ele vomitou novamente, bastante, depois chorou muito. Aliás, ele tem chorado seguidamente à noite, com cólicas, desde que teve uma infecção intestinal no início de julho. Daí compartilhei minhas impressões com a fisioterapeuta do Caio e ela achou bem provável que ele tenha refluxo, que por isso ele tem vômitos e dores abdominais freqüentes, que dá azia, que pode, inclusive causar dificuldades respiratórias – como ele tem seguidamente. Daí que vamos no pneumopediatra na sexta para revisão e ela me disse para pedir um encaminhamento ao gastro.

Ah, não! Não agüento mais! Mal nos livramos temporariamente do neurocirurgião e entra um novo especialista na lista do Caio? É pediatra a cada dois meses (o normal seriam consultas trimestrais), é neurologista pediátrica mensalmente (fazendo ajustes na medicação), é pneumo mensal também (preventivo de novas crises respiratórias), é fisioterapia 3 vezes na semana. E dê-lhe exames, marcações, autorizações com o convênio... Todos sabem o quanto amo meu filho... mas cansa muito! Essa maratona parece não ter fim!

Entro em conflito, porque sei o quanto esse pequeno já lutou, vibro com suas vitórias, admiro sua força... Mas é desgastante, exaustivo. Sofro, deixo a peteca cair. Me envergonho de mim, do meu cansaço, condeno minhas fraquezas. É um ano e dois meses de muitas provações... inevitável querer saber: até quando?


P.S. Me envergonho desse post também, mas escrever é minha válvula de escape. Provavelmente o excluirei em breve.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Amor crescente

Eu escrevo muito sobre o Caio, falo muito sobre o Caio, publico mil fotos do Caio. E este final de semana senti uma falta tremenda do Yuri. Ele foi passar dois dias em Gramado, com a madrinha. E saiu todo lampeiro, vaidoso, empolgado. Deu tchau para o Caio bem exibido: “o mano vai pra Gramado, tu não vai!”.

Eu sempre quis ter dois filhos (na verdade, queria três ou quatro, mas a realidade - $$$$ - me fez limitar essa escolha). Mas ao mesmo tempo tinha medo de ter um segundo filho: conseguiria eu amar tanto uma pessoa, como amo meu Yuri? Teria espaço no meu coração tão preenchido por esse amor crescente, intenso, perfeito?

E aí veio o Caio. E o amo imensamente, desde antes dele nascer. O amo loucamente desde o primeiro minuto que nossos olhares se cruzaram. O amo desesperadamente quando nossa única ligação se dava por mãos através de um acrílico.

E o Yuri? O Yuri continua a ser tudo. Mas o meu tudo hoje são dois. E não amo mais um do que outro. E não sei dizer qual o mais lindo, o mais esperto, o mais amoroso.

Ah, mas o Yuri... ele é um gato maravilhoso, inteligente, ligado em 220 volts 24 horas por dia. Quando engravidei do Caio, eu estava numa fase em que achava que estava perdendo o Yuri, porque ele não era mais um bebê. Mas seu crescimento é lindo e me enche de orgulho. Suas tiradas, sua conversa muitas vezes de igual para igual com a gente... Ele é cheio de planos, fala do futuro, de quando se formar, de quando casar e tiver filhos... E eu viajo nos seus sonhos, com a alegria de quem faz parte de tudo isso – da sua vida, das suas aspirações.

Demos, eu e o Sandro, vinte reais para ele gastar na sua viagem à Serra. Ele voltou com o dinheiro intacto e me justificou “é que estou planejando ir no cinema contigo”. Ah, o amor pelos filhos! Que sentimento crescente, que acompanha (e muitas vezes extravasa) o tamanho dos (ex) pitocos que pusemos no mundo! Que calor reconfortante, que emoção incomparável... Meu Yuri segue assim, crescendo lindo, sadio e muito amado. Luz da minha vida, a pessoinha que fez tudo adquirir um novo sentido, tornando tudo mais significativo, intenso e feliz!

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Mais um passo vitorioso


Ontem levamos o Caio para consultar com a equipe de neurocirurgia do Hospital de Clínicas. Todos sabem que é o acompanhamento do Caio que mais me estressa, porque o neurocirurgião que nos atende é um cavalo (peço desculpas aos eqüinos pela má referência) mal educado e sempre pessimista (credito à ele as maiores neuras que tenho em relação ao Caio, porque ele sempre deu os piores prognósticos – todos devidamente contrariados pelo meu guerreiro). Aliás, ir ao Clínicas sempre me deprime. Já consegui cortar os laços com a neuropediatria, encontrei a Dra. Fabiana Mugnol, excelente e humana profissional do nosso convênio médico; e com a pediatria, agora o Caio e o Yuri são pacientes da Dra. Jaqueline, uma mãe (também de dois meninos, e na mesma faixa etária dos meus) e pediatra muito querida. Só permaneço com a neurocirugia porque essa é uma especialidade que o convênio ainda não cobre (carência de 24 meses). Particular não tenho como cobrir, pelo SUS, sendo paciente do HCPA tudo fica bem mais fácil e rápido. Mas enfim... fomos apenas levar aquela abençoada tomografia que revela um cérebro completamente normal no meu nenê. Eles tinham me dito na consulta anterior que existia o risco do Caio ainda precisar de uma cirurgia craniana até os dois anos, por isso seria necessário um acompanhamento tomográfico a cada 4 meses. Só que o exame foi tão positivo que eles disseram que, clinicamente, ele está considerado curado: não tem mais hidrocefalia (controlada eficazmente pela válvula) e não tem mais lesões cerebrais. Com isso, não existe justificativa para tantos exames e recebemos alta por um ano! As revisões agora serão anuais, o que descarta totalmente a possibilidade da cirurgia craniana! Precisaremos apenas seguir com um controle da DVP pelo crescimento do Caio. Talvez um dia ele possa tirar a válvula, talvez precise trocar, talvez viva com ela para sempre. Minha oração é pela primeira ou última opção, mas entrego com amor e gratidão nas mãos do Pai Maior. Existem momentos em que a peteca cai, claro que seria melhor se não precisássemos passar por tudo isso, mas certamente sei que estamos escrevendo nossa história com muita fé, perseverança e amor. E sou grata todos os dias pelas vitórias e lições do meu grande orgulho, o meu filho guerreiro.