quinta-feira, 5 de julho de 2012

Divagações de uma quase loba...

E daqui a 10 dias estarei completando 40 anos. 
Para quem imaginava, nos idos dos anos 80, que no emblemático ano 2000 seria uma "senhora" de 28 anos, vou confessar pra vocês que acho que ainda não cresci. Ou estou começando a crescer agora.

Passei quase quatro décadas da minha vida querendo alguém que me amasse. Querendo que todos me amassem. E achando que nunca tinha ganho um amor à altura do meu merecimento. E não falo de amor sexual. Falo de querer bem mesmo. De ser admirada. Acarinhada. Protegida. Não fui. Ou acho que não fui.  Nem por mãe, nem por pai. Nem por núcleo familiar "formal". Às vésperas de completar 40 anos, eu seguia achando que o mundo me devia amor. 

Não tem sido um processo fácil, por vezes é, inclusive, bem doloroso. Mas ao longo dos últimos dois anos, tenho me olhado mais. Tenho olhado pra dentro de mim, com toda franqueza. Buscando, não ver as minhas imperfeições e carências, que delas já estou careca de tomar tento... Mas tentado ressaltar minhas melhores qualidades. 

Decidi que se o mundo não me ama, eu posso - e mereço - me amar!


Começou com o projeto 11 quilos à menos em 2011. Perdi 9. Sem dieta. Com mudanças de hábitos. Ainda quero mais, mas hoje já aceito meu corpo melhor. Depois, veio a mudança nos cabelos. Quero ser loira, quero ser lisa, quero ser linda. E o essencial disso tudo é que tenho conseguido gostar mais de mim e, fundamentalmente, não me culpar por me dedicar tempo, dinheiro, carinho. Se eu posso e tenho alegria em fazer isso por quem amo, também posso e devo fazer isso por mim mesma. 

No fim do ano passado, a primeira tatuagem. O sonho reprimido da adolescente. Tive medo sim, de parecer ridícula. E mandei este medo e a opinião das pessoas às favas! Eu amei fazer. E a minha opinião a meu respeito é a que mais me importa.


Agora, para celebrar a chegada vagarosa, mas conquistada, batalhada, suada de uma certa maturidade, me dei duas novas tatoos. Fiz um ideograma daquilo que me move desde sempre: a FÉ. E fiz uma gatinha sensual no ombro esquerdo. Me perguntaram: "Ué, mas tu sempre gostou mais de cachorros do que gatos". E eu respondi: "É que agora a gata sou eu!". 




E querem saber? É assim que me sinto. Uma gata se insinuando para a vida. Para seus prazeres. Seus desejos. Seus sonhos. No máximo, uma filhote de loba, aprendendo a soltar seus uivos pela vida.



Se é tarde e fica ridículo? Pouco me importa. Acho sim que "demorô", como dizem por aí. Mas a cada dia me conheço mais, me respeito mais e gosto mais de quem o tempo me tornou. Li muitas coisas sobre a famosa "idade da loba".  E acho que encontrei a definição perfeita para a loba dona do blog Meus Frutos... 

"Como uma fruta madura, a mulher-loba conhece o momento da plenitude da sua estação. Mas a colheita, é ela quem determina, guardiã zelosa da seiva que escorre das suas raízes."

Que venham os 40 e os próximos 40! Porque, entre risos e lágrimas, acertos e erros, eu acho que tem valido muito à pena. 


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