terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Dias de luz, dias de paz

Temos vivido dias felizes.
Como costumo dizer, dias de paz, quando não existem imprevistos para nos assustar.
Caio fechou mais de 60 dias sem crise convulsiva e sou só gratidão.
Ou melhor, tenho sido gratidão e fé.

Não temos ainda data para a internação no INSCER, mas estou em contato constante com a neurologista. Ela diz que, Caio estando clinicamente bem, não há urgência. E se, para uma criança com síndrome convulsiva, 30 dias de trégua era um prazo muito bom, o que dizer de 60?

Caio está tão bem, tão ativo (e interativo), tão conectado com tudo ao redor dele.
A cada semana, um novo vocábulo.
Fisicamente, também se desenvolve muito.
Visitamos recentemente seus padrinhos, que não o viam há um par de meses, e eles ficaram impressionados como ele já controla melhor o pescoço. Está se rebelando com a cadeira de rodas, querendo sentar em lugares que o permitam ficar com os pés diretamente apoiados no chão. E quando estes pezinhos chegam ao chão... é uma marcha apressada e alegre que acontece!



Na piscina, caseira, de "prástico" como a chamo (mas de mais de 4 mil litros, poderosa!), Caio consegue dar duas voltas completas, caminhando.



Volto a sonhar com esta possibilidade... que Caio consiga andar.
Que controlemos suas crises convulsivas.
Que tenha uma vida cada vez com mais qualidade, cada vez mais perto do que costumam chamar de "normal".

Tenho medo dessa esperança. Tenho medo de me frustrar e de frustrá-lo. 
E aí lembro de todas as vezes que ouvi que deveria desistir. E do quão certa eu estava, todas as vezes que ignorei estes avisos. 
Lembro do filme Um Sonho de Liberdade, que tanto adoro, onde o protagonista, após ficar 25 anos preso injustamente diz... "a esperança é uma coisa boa, talvez a melhor de todas e nada do que é bom, deve morrer".


Lembro da neurologista, me aconselhando com a competência profissional e a necessária e amorosa humanidade: "Nunca desista do teu filho. Queira sempre mais, queira sempre melhorar. Quem desiste, não chega a lugar algum".

Somado a isto, me sinto encerrando uma longa etapa de minha vida.
Deixando uma parte do passado que não me agrada, definitivamente para trás.
Olho para frente. E olho com confiança.
É época de colheita.

Sim, eu sonho.
Vejo Caio andando.
Vejo Caio falando e sendo compreendido. 
Vejo Caio inserido socialmente num grupo, como qualquer criança, qualquer pessoa.
Se assim não for, ainda vejo ele se realizando dentro de suas possibilidades, porque consciente de nosso amor, de nosso empenho.
Vejo Caio feliz.



Vejo isto hoje.
E aí, absolutamente tudo, tudo faz sentido.


Um comentário:

Luiza Coelho disse...

Caio, lindo, nosso exemplo de força! Meus desejos pra você são os melhores e acho lindo ver a sua mãe querendo coisas grandes pra você pq queria que toda mãe acreditasse assim no potencial de seu filho... o mundo seria bem mais bonito!!!
beijos nos 2 e no Yuri tb!

P.S: que bronze hein? fiu fiu