quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Indivíduos, andorinhas e coletividade

Eu sou uma idealista por natureza. Às vezes me pergunto se tal idealismo é fruto de imaturidade, inocência ou o quê. Mas a verdade é que ainda acredito que atitudes individuais podem sempre ser o começo de uma mudança maior. O que EU faço pode influenciar ou, no mínimo, trazer um outro olhar a determinado assunto entre minhas relações sociais e afetivas, entre meus vizinhos, na minha sociedade como um todo - por que não?

E sem falsa modéstia, sou também uma obstinada. Quando eu quero, EU QUERO! 

Nas minhas pesquisas intermináveis na web, em redes sociais, nos centros de reabilitação que frequento, entre os profissionais que atendem o Caio, o Livox - software de comunicação alternativa em tablets era uma meta: tê-lo para testá-lo com meu filho. No final do ano passado, entrei em contato com Carlos Pereira, o desenvolvedor do aplicativo e tentei trazê-lo para o Rio Grande do Sul. Infelizmente não tivemos apoio do poder público nem de empresas privadas, a mesma acabou não se realizando. Mas eu guardei esse desejo ali, num cantinho do meu coração. Não no compartimento do "Desista" que, graças, o meu é bem pequenino, muito poucas coisas, pessoas ou situações estão armazenadas nele. Mas no compartimento do "A Realizar".

Pois o Universo conspirou, a equipe do Livox vem para o RS e Carlos Pereira me contatou. Eu corri e pedi apoio da direção da escola do Caio, pois temos uma luta irmã pela inclusão e acessibilidade. Então, teremos nossa palestra dia 25, agora. Entrada franca, acho que conseguiremos mobilizar um bom público. O que eu desejo com isso? Que um grande número de pessoas possam conhecer as possibilidades desse software e os benefícios que podem trazer ao seu filho, familiar ou conhecido - com deficiência ou não. Que as secretarias de Educação possam conhecer quais ferramentas são disponibilizadas a favor do educador, não só para crianças com deficiência, mas enquanto instrumento de apoio para a prática pedagógica interessante, moderna e interativa. Que os profissionais de reabilitação vejam mais de perto com ela funciona. Não é um benefício para o meu filho; é para a coletividade. Conhecimento e informação são sempre tesouros. E coisa boa quando conseguimos compartilhar. Fico feliz do meu sonho individual poder se tornar, quem sabe, uma luz no fim do túnel para algumas famílias, um importante instrumento de ensino para alguns profissionais de educação.


E aí, pensando em pequenas iniciativas que nascem a partir de uma meta solitária ou do desejo de um único indivíduo em fazer diferente - e fazer a diferença, apresento-lhes o projeto Uma Tarde Especial no Parque, da fotógrafa Tamara Wagner

O que Tamara queria? Reunir as crianças ditas especiais - com alguma deficiência ou limitação - num parque para que pudessem brincar, para que suas famílias pudessem se conhecer e trocar experiências e para que fossem fotografadas em sua essência - brincando, se divertindo, sendo felizes. Exata e igualmente a qualquer criança do mundo!

O evento aconteceu dia 03/08, no Parque Germânia, em Porto Alegre. E, como se previa, foi lindo de ver e de viver. 













O projeto de Tamara esbarrou em algumas dificuldades iniciais de local e tudo o mais. Não foi só marcar, ir e fazer. Ela trabalhou por ele. Investiu seu tempo, dedicação, seu coração. E aconteceu.

Esses tempos uma pessoa, entre minhas amizades, criticou aquele idealismo que comentei láá em cima. Disse que de nada adianta eu sonhar com um mundo melhor, mais justo, pois uma andorinha só não faz verão. Discordo. As andorinhas nunca são uma só. Podem estar dispersas. Mas quando se unem, anunciam a chegada do calor aos nossos dias. Assim também são os sonhos individuais. Muito raramente batem num só coração. E quando estes corações sonhadores entram no mesmo compasso... aí uma nova realidade, transformada, se faz brilhar. O que era meu passa a ser nosso. O indivíduo vira coletivo. E sim, o amanhã já se fará diferente.

"SEU MUNDO MUDA, QUANDO VOCÊ MUDA."

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