quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Dia 22 - A felicidade de ter deixado doer

Desde ontem tá rolando forte um texto na internet que é um desabafo de uma mãe "especial" sobre a maternidade do filho com deficiência não ser, de longe, como um dia foi sonhado.
Nas minhas palestras a famílias, falo que é necessário viver o luto do filho perfeito, sentimento absolutamente compreensível. É necessário deixar doer até sangrar. Para, quem sabe, possamos abrir espaço para uma aceitação que - longe do estigma de "santidade" que envolve a maternidade nesses casos - nos permita ver quão enriquecedora pode ser a vida com nossos filhos e sua deficiência.
Apóio integralmente que se permita sentir a dor, ela nada tira do amor que temos por nossos pequenos. A única parte que achei triste, foi da autora dizer que não sonha mais, apenas vive o hoje.


Olho pra Caio. Agradeço todas as dores que me permito sentir. Elas me prepararam para ser feliz pelo que temos hoje. Não, não foi nada do que sonhei. Mas tem sido muito mais intenso e transformador do que eu jamais poderia imaginar. E justamente por isso, seguimos sonhando.

Nenhum comentário: